Jogos Abertos do Interior
A primeira edição dos tradicionais Jogos Abertos do Interior aconteceu em 1936, na cidade de Monte Alto. Com o passar dos anos o evento se tornou a maior competição esportiva amadora da América Latina. A 77ª edição dos Jogos Abertos do Interior, denominado Horácio Baby Barioni acontece de 14 a 26 de outubro, na cidade de Mogi das Cruzes. O evento é promovido pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, em parceria com a cidade sede. São 25 modalidades, disputadas por 199 cidades e aproximadamente quinze mil atletas. Historicamente, os Jogos Abertos do Interior conta com um acervo interessante e dos mais valiosos em termos esportivos porque em todas as suas edições tem a participação de equipes de alto nível, a presença de atletas renomados ou de destaque nacional e internacional. A “Olimpíada Caipira” como é carinhosamente apelidada a competição, tem muita história e tradição. São 77 anos de disputas, confrontos, rivalidades e conquistas.
Quero aproveitar este assunto e o momento para mais uma vez pedir a todos os políticos brasileiros que olhem com mais carinho para o esporte de sua cidade, de seu estado ou de nosso país, inclusive transformando até seus pensamentos, porque a maioria deles acha que dinheiro gasto no esporte não é investimento, mas sim despesa. Temos muitos exemplos pelo país afora que comprovam o poder do esporte em “salvar” vidas ou transformar uma cidade ou uma comunidade. Apoiar o esporte é investir no ser humano, na sociedade, na saúde, na educação, no combate ao uso de drogas e no aumento da violência. Não canso de afirmar que o esporte é uma ferramenta fantástica para ajudar na educação e na formação do caráter de nossa juventude. Pena que nossos políticos ainda não conseguem enxergar sua real importância, mas tenho muito esperança que um dia, principalmente agora que estamos prestes a sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, o esporte seja colocado também como prioridade entre nossos governantes, caso isso ocorra, não resta dúvida que nossos filhos ou nossos netos viverão em um Brasil muito melhor do que o de hoje.
Voltando ao assunto dos Jogos Abertos de Mogi das Cruzes, a Divisão Especial do basquete masculino terá a participação de seis cidades, que foram divididas em dois grupos: Grupo A: Limeira, Sorocaba e Mogi das Cruzes, Grupo B: Franca, Rio Claro e São José dos Campos. A 1ª Divisão terá nove cidades: Grupo A: Piracicaba, Santos e Araraquara; Grupo B: São Bernardo do Campo, Jacareí e Santo André; Grupo C: São José do Rio Preto, São Caetano do Sul e Jundiaí. A 2ª Divisão será disputada por dezesseis cidades. Portanto, só no masculino, teremos 31 equipes de basquete em ação, demonstrando a força do basquete paulista. As disputas do basquete acontecem de 20 a 26 de outubro.
Quero aproveitar a oportunidade para comentar a respeito das recentes mudanças no regulamento geral dos Jogos Abertos. Participo dos Jogos Abertos desde a década de 80, quando não existiam divisões, ou seja, os adversários eram definidos através de sorteio durante o Congresso Técnico, fazendo com que os dirigentes ficassem na torcida para cair em grupo mais fraco. Lógico que existiam as equipes que eram cabeças de chave, escolhidas pela classificação obtida no ano anterior ou por índice técnico, mas entendo que aquele sistema de disputa era muito mais interessante para as cidades participantes.
Nos últimos anos, a Secretaria Estadual de Esportes criou a categoria sub-21 com o objetivo de incentivar as cidades a investirem na formação e revelação de atletas, mas por incrível que pareça, a partir deste ano, esta categoria foi extinta, permanecendo as três divisões adultas (Especial, 1ª e 2ª), diminuindo sensivelmente a oportunidade para que jovens atletas participem dos Jogos Abertos. Isso, na minha humilde opinião, foi um equivoco tremendo da Secretaria Estadual de Esportes, que deveria ter mantido a categoria sub-21, excluindo a 2ª Divisão, permanecendo com a Divisão Especial e a 1ª Divisão. Desta forma, os participantes da Divisão Especial continuariam sendo escolhidos por índice técnico, ficando todas as outras cidades na 1ª Divisão ou na categoria sub-21.
Posso estar sendo muito simplista em minha opinião, mas se fizermos uma enquete entre todos os dirigentes esportivos municipais, tenho certeza que esta tese prevalecerá porque muitas das cidades não conseguem manter uma equipe adulta competitiva durante toda temporada, mas a grande maioria investe em categorias menores.
Marco Antonio Aga