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BASQUETE - Editorial

TODAS AS CESTAS

29/03/2014 13:46 h

         

TUNEL DO TEMPO
 
Essa época de acesso fácil ao passado nos torna cada vez mais atemporais. Hoje basta um clique, uma foto, um vídeo para nos eternizarmos na história da humanidade.
 
Noutro dia mesmo, estava sem nada fazer e cliquei no Google a palavra "basquete" e me surpreendi com a quantidade de informação que amealhei sobre a minha pessoa.
 
Assisti a jogos, entrevistas, fotos, vídeos os quais já tinha me esquecido de ter participado.
 
O mais engraçado é que essas informações são acessadas por gente que nem era nascida quando efetivamente aconteceram e essas pessoas nos tratam como se tivessem acontecido ainda ontem.
 
"Oi, Marcel! Vi um jogo seu contra Franca! Nossa, vocês correm muito!"
 
Em resumo, passamos a não ter mais idade. Basta digitar um nome, um jogo, que a informação é obtida imediatamente.
 
O pessoal acha que eu ainda jogo.
 
Não deixa de ser engraçado.
 
 
LDA
 
Vi, com muita alegria, a final da LDA entre dois clubes brasileiros.
 
O Flamengo venceu o Pinheiros, que defendia o título.
 
Penso que isso seja o resultado direto da LNB e do NBB, que mudaram radicalmente o cenário dos clubes de basquete do Brasil.
 
A criação do NBB trouxe de volta a hegemonia sul-americana do nosso basquete de clube em pouco mais de 5 anos, prova que nunca deixamos de estar entre os grandes do mundo.
 
Creio que o futuro seja fortalecer ainda mais essa competição para que possamos desenvolver a nossa base de jogadores.
 
Eu sugeriria talvez uma redução do número de times que disputam o NBB com uma Liga Ouro mais numerosa e com acesso direto aos playoffs o que a tornaria mais interessante para os clubes, pois teoricamente seria possível participar da Liga Ouro e vencer o NBB.
 
Só essa possibilidade já torna atraente investir num time novo e tentar se equiparar aos grandes.
 
Outro aspecto interessante foi a criação do campeonato da categoria de desenvolvimento, que seguramente irá gerar grandes jogadores para o futuro.
 
Aliás, em se tratando de clubes de basquete brasileiros, o futuro é promissor.
 
Ainda veremos o final four da LDA com quatro times brasileiros.
 
Podem anotar.
 
 
OUTRO NÍVEL
 
A NBA está em ritmo de samba, ou seja, poucas brigas pelos playoffs, algumas equipes já desistiram e aguardam o draft e outras, já classificadas, visivelmente poupando seus melhores jogadores (i.e. Miami).
 
A notar apenas algumas considerações como, por exemplo a ida de Phil Jackson com seus Knicks à Los Angeles, que "acordou" os locais para uma grande atuação.
 
PJ tem o poder de motivar as pessoas. Quero ver na próxima temporada quando ele literalmente colocar na mão na massa.
 
Os playoffs estão praticamente definidos. Quero apenas frisar que o Dallas, atualmente se matando para conquistar a última vaga da Conferência Oeste, se jogasse na Conferência Leste, estaria na terceira colocação com seus 60% de vitórias.
 
Aliás, nada me tira da cabeça que os finalistas de conferência serão Miami vs Indiana por um lado e San Antonio vs Okalhoma City pelo outro.
 
Os Clippers (e seus torcedores) que me desculpem, mas não os vejo como capazes de se qualificarem para uma série desse nível.
 
De qualquer maneira, séries de playoffs se atravessam com sucesso ganhando fora de casa.
 
Nesse quesito os Spurs são soberanos.
 
 
TIME OUT
 
Como sempre, essa parte é dedicada aos neófitos na arte de ensinar o jogo.
 
Quando eu jogava no glorioso EC Sírio, nosso vestiário tinha um único poster intitulado "E AS FIGURAS FALAM...", o qual mostrava em detalhes os fundamentos do passe.
 
As figuras mostravam com riqueza de detalhes o passe de peito, picado, o "baseball pass", o passe por cima da cabeça, enfim tudo aquilo era uma verdadeira aula desse fundamento e todos os que passavam por ali, de um jeito ou de outro, eram obrigados a dar uma olhadinha.
 
Eu joguei dez anos no Sirio... imaginem como aquelas figuras ainda falam na minha memória.
 
É óbvio que o bom ensinamento do jogo tem que passar por essas figuras, mas à medida que o nível de jogo sobe (a partir do sub17) o fundamento de passe tem que ser reavaliado, pois o jogo deixa de ser um instrumento de aprendizado para se tornar cada vez mais competitivo.
 
Nessa ótica, o passe tem ser considerado como uma arma de ataque das mais utilizadas, pois é responsável direto pela movimentação da bola.
 
Quanto mais rápido for o passe, mais possibilidade de sucesso tem o ataque e por isso pode-se perder frações de segundos preciosas se tentarmos executar um passe da maneira que "falam as figuras".
 
Se você deseja ser considerado um treinador deve ler o livro que é a pedra filosofal do ataque: "The triangle offense" de Tex Winter, o qual nos mostra o "ping pass", fundamental para o bom uso desse sistema de jogo.
 
Não que tenhamos que adotar os triângulos de Winter como sistema de jogo, mas sua filosofia de ataque serve para qualquer sistema ou jogada que por bons motivos venhamos adotar.
 
O "ping pass" deriva do jogo de ping-pong que todos jogamos na infância.
 
Pois é, transferindo para o basquete, temos que ensinar os nossos jogadores a passar a bola como se estivessem jogando ping-pong, ou seja, antes da bola chegar já temos que saber para onde a bola vai e esta tem que sair das nossas mãos o mais rápido possível.
 
O pessoal da FC Barcelona adaptou muito bem esse conceito com o tic-tac praticado pelo seu time de futebol.
 
Para se treinar o "ping pass" colocamos os jogadores em duplas, à pelo menos 3 metros de distância,um de frente para o outro, e os fazemos passar a bola (de peito, picada, com uma das mãos, com a outra mão) o mais rápido possível, sem movimentarmos os pés e utilizando apenas a musculatura da cintura escapular e dos membros superiores.
 
Esse drill serve para tornar automático o ato de passar (pensar toma tempo) e, transferido para o jogo, leva o jogador a tomar uma decisão num tempo muito mais curto.
 
Por hoje é só, obrigado e até o próximo TAC.

Marcel de Souza
marcel@databasket.com
Administração

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