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BASQUETE - Editorial

TODAS AS CESTAS

19/04/2014 17:42 h

         

FAN PAGE
 
Quero agradecer a todos que me mandaram seus comentários sobre os assuntos discutidos no ultimo TAC, os quais me deixaram surpresos não só pelos elogios e críticas (muitas, por sinal), bem como pela quantidade de pessoas que o fizeram.
 
Dentre essas, um ex-jogador das categorias de base do Continental Parque Clube, que teve um longo contato com o saudoso José Cláudio dos Reis (insisto ser ele a nossa maior perda), relata-me o que já sabia, mas que acredito ser apropriado compartilhar aqui.
 
Dizia-me ele que JCR tinha sempre em mente fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para dar o que fosse de melhor para seus times.
 
É fato, por exemplo, que ele usou todo o seu prestígio para, na antevéspera do histórico jogo Brasil x EUA no Pan de 87, mudar a arbitragem já escalada e colocar dois juízes neutros (um grego e um tcheco) para apitarem aquele jogo.
 
Estes não se intimidaram e apitaram corretamente a partida, o que nos deu a chance de sucesso que tanto esperávamos.
 
José Cláudio era assim: “fazia sempre o que era melhor para o seu time” não importando que para isso tivesse que tomar decisões que envolvessem a vida de amigos e inimigos.
 
Foi único e muita coisa não teria acontecido no nosso basquete se ele entre nós ainda estivesse.
 
 
FAN PAGE 2
 
Também recebi mensagens apoiando minhas críticas ao estilo R. Magnano de ser.
 
Muita gente (acreditem) avaliza o que escrevi, dá suas opiniões, pede que continue, mas... “por favor, não escreva que fui eu quem disse isso”.
 
Por vezes, a gente fala (escreve) uma coisa e faz outra. Eu sempre digo que não podemos fazer as mesmas coisas se esperamos resultados diferentes.
 
É verdade, às vezes temos que avaliar se o que fazemos nos traz os resultados esperados, porque se não for o caso é preciso mudar e tentar outra tática para conseguirmos o que desejamos.
 
Eu sempre fui um crítico mordaz (admito) da forma como a nossa seleção tem sido dirigida tecnicamente nos últimos 18 anos e vejo que não consegui os resultados que tanto esperava.
 
Vi (e continuo vendo) gerações inteiras de excelentes jogadores, que deixaram de ter seus nomes gravados no rol dos vencedores do basquete brasileiro por responsabilidade única e exclusiva de pessoas que (dentro e fora da quadra) não souberam desenvolver e explorar todo o talento de cada um desses atletas.
 
Vejo agora discursos vazios, abstratos, que tentam colocar nossos maiores atletas numa posição constrangedora, indiretamente nos fazendo entender que os mesmos não têm a vontade necessária para defender nossas cores.
 
Repudio com muita força esse tipo de pressão, mas constato que de nada adianta a forma de meus protestos, pois tudo continuará exatamente como está.
 
Isto posto, daqui pra frente não esperem de mim discursos de protesto e de não conformidade com a situação técnica vigente no nosso basquete desde 1996.
 
Mudo e desejo apenas sorte e sucesso à nossa equipe e ao basquete brasileiro.
 
 
PLAYOFFS
 
Terminou a “regular season” na NBA, aqui traduzida por todos como “temporada regular” quando o correto seria “temporada normal”, mas como todo mundo a chama assim, vamos juntos nessa onda.
 
Pois bem, o final da temporada regular mostrou a supremacia dos Spurs (62 vitórias) sobre as demais equipes.
 
Aliás, há mais de uma década que a equipe de San Antonio demonstra uma dominância técnica impressionante e não fosse o talento individual de Phil Jackson, Kobe, LBJ, entre outros, os números dos texanos seriam parecidos com os do Celtics dos anos 60.
 
Observo a todos que as vitórias em campo inimigo são as que geralmente definem o sucesso de uma equipe na temporada, pois como a diferença técnica não é assim tão grande, ganhar fora de casa é fundamental para se ter sucesso nos playoffs (vide ECP vs MOGI na LNB).
 
Nesse aspecto, a liderança adivinhem de quem é? Claro! San Antonio Spurs com 30 vitórias em 41 jogos.
 
Ninguém chega perto desses números. Notamos também que só a equipe do Texas chegou  ao número mágico de 62 vitórias na temporada (esse sim, define com grandes chances o campeão).
 
Adversários dos Spurs na “Conferência” Oeste podem sair do combate entre Clippers e Thunder, série que dependerá muito dos armadores Paul e Westbrook.
 
Quem estiver melhor na série, leva.
 
Já no lado leste, não acredito que seja outra equipe além de Miami a vencedora da “East Conference”.
 
Indiana? Para mim não passa por Chicago.
 
É conferir e me cobrar.
 
 
TIME OUT
 
Essa coluna é dedicada aos inciantes na arte de ensinar o jogo.
 
Quando eu ainda jogava e o preparador físico nos dava, por exemplo, uma série de exercícios com pesos, eu queria terminar a série logo pra poder treinar mais arremessos, mas  ele me falava:
 
“Marcel, o repouso é tão importante quanto o esforço”, que era para que eu tomasse consciência de que as transformações fisiológicas após o estímulo de um esforço físico ocorriam no período de repouso.
 
A gente brincava com ele, que se isso era verdade então deveríamos apenas repousar nos treinos (quá, quá, quá!).
 
No entanto, nos dias de hoje, o esforço a que é submetido um atleta durante um treinamento chega a ser comparado a uma agressão física e o organismo desse atleta se defende hipertrofiando e aumentando seu sistema osteo-muscular e de geração de energia.
 
Eu me lembro que um dia fui levar um Raio X do meu tornozelo para um médico e ele me disse que só viu um tornozelo como aquele em trabalhadores que cortavam cana.
 
Parece óbvio, portanto, que descansar é atualmente um dos princípios fundamentais do jogo de basquete e pode ser considerado como uma fase do treinamento.
 
É também claro que esta fase do treinamento não pode (a todo momento) ser controlada pelos treinadores e estes têm que confiar em seus atletas para que descansem e se alimentem o necessário (e correto) para afrontarem a próxima sessão de treinamento.
 
Muitas vezes a gente não sabe porque o treinamento, embora apropriado, não está rendendo o esperado e insiste em aumentar a carga deste quando o necessário seria controlar o período de descanso e de recuperação dos jogadores.
 
Por hoje é só. Feliz Páscoa a todos. Até o próximo TAC.

Marcel de Souza
marcel@databasket.com
Administração

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