Os últimos eventos internacionais que o Brasil sediou no basquetebol serviram para dar o empurrãozinho que a modalidade tanto estava precisando. Em dois finais de semanas distintos, o Rio de Janeiro (RJ), recebeu acontecimentos extremamente salutares para o desenvolvimento e divulgação positiva da modalidade em todo o país, mesmo depois dos selecionados nacionais decepcionarem na disputa da Copa do Mundo, para o naipe masculino, e Campeonato Mundial, para o feminino.
A primeira grande realização foi à decisão da Copa Intercontinental – 2014, que reuniu o CR Flamengo, campeão das Américas, e o israelense Maccabi Tel Aviv, campeão da Europa, em dois duelos sensacionais, na Arena HSBC, na capital carioca. No primeiro jogo, com o ginásio sem a sua lotação máxima, vitória do time visitante, mas no segundo, com a arena bem perto de sua lotação máxima, o Rubro Negro deu o troco e ficou com conquista, levando os seus torcedores ao delírio.
No meu entendimento, este intercâmbio entre o basquetebol brasileiro e o europeu é muito importante, pois ajuda no desenvolvimento da modalidade internamente e também dá uma noção de como as principais escolas do basquete internacional estão trabalhando.
Mais para frente aconteceu o ‘NBA Global Games – 2014’, evento que colocou frente a frente, também na Arena HSBC, Cleveland Cavaliers e Miami Heat se enfrentando em jogo válido pela pré-temporada da NBA (Liga Profissional Norte-americana). No meu entendimento, as coisas relacionadas com a liga norte-americana são importantes para promover e divulgar a modalidade, pois mexe com uma gama muito grande de torcedores, quem esteve no evento teve a chance de perceber que compareceram fãs dos quatro cantos do país.
O que a NBA faz com uma partida de basquetebol, mesmo um simples duelo de pré-temporada, é sensacional, uma vez que ela ganha aspecto de show, com muita coisa acontecendo além do que rola dentro das quatro linhas. É importante ressaltar, na quadra o duelo foi sensacional, acirrado com o público brasileiro tendo a chance de ver LeBron James (enfrentando a sua ex-equipe pela primeira vez desde que retornou ao Cleveland), Anderson Varejão, Wade, Bosh, Deng, entre outros nomes importantes.
O que me chamou muito a atenção foi a integração que a liga faz com os espectadores, que são sempre o foco das atenções nos intervalos, com brincadeiras, câmera do beijo, distribuição de brindes, interatividades e muito mais, sem falar nas belas cheerleaders e nos lépidos mascotes, que também deram o seu show, com muita dança e animação.
As músicas para animar o público são sempre oportunas e dão um toque a mais de glamour ao show. Neste caso específico do Brasil, alguns nomes importantes do basquete norte-americano e mundial, como Pat Riley, Alonzo Mourning, Gary Payton e Steve Smith, foram homenageados durante o segundo quarto de jogo, mostrando que quem busca sucesso para o futuro, não pode esquecer o passada, lembrando o que foi feito anteriormente e reverenciando aqueles que merecem os láureos pelo seu trabalho, legado e conquistas. Isso o esporte brasileiro precisa aprender a fazer.
Que os nossos dirigentes tenham aprendido com estes dois eventos, que mexeram positivamente com o basquetebol brasileiro, que, realmente, estava precisando deste empurrãozinho, como já escrevi anteriormente. Eu sei que é quase impossível, pelo menos, neste momento, fazer algo similar nas competições locais, mas acredito que várias adaptações, dentro das nossas realidades, podem ser feitas, especialmente o que tange ao jogo ser tratado como um espetáculo, não apenas com um simples jogo...
Foram duas cestas de três pontos e os responsáveis merecem todos os cumprimentos: Liga Nacional de Basquete (LNB), FIBA Américas, Euroleague, NBA Brasil e NBA. Que o Brasil tenha entrado de vez na rota dos grandes eventos internacionais, essa é a minha torcida!